Ciberdemocracia

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Esta obra propõe uma filosofia política original, que explora com audácia o aprofundamento possível da democracia na era da cibercultura. Desenvolve, em particular, as noções na base do projecto da ciberdemocracia: governância mundial, Estado transparente,...

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Descrição

Esta obra propõe uma filosofia política original, que explora com audácia o aprofundamento possível da democracia na era da cibercultura. Desenvolve, em particular, as noções na base do projecto da ciberdemocracia: governância mundial, Estado transparente, cultura da diversidade, ética da inteligência colectiva. Os meios de comunicação interactivos, as comunidades virtuais sem território e a explosão da liberdade de expressão permitida pela internet abrem um novo espaço de comunicação, transparente e universal de resto, levado a profundamente renovar as condições da vida pública no sentido de uma liberdade e de uma responsabilidade acrescidas do cidadão. O desenvolvimento do ciberespaço já suscitou práticas políticas novas. As comunidades virtuais de base territorial, que são as cidades e regiões digitais, criam uma democracia local de rede mais participativa. A passagem para a governação electrónica (e a reforma administrativa que supõe) visa reforçar as capacidades de acção das populações administradas mais que as subjugar a um poder. As novas ágoras em linha permitem o nascimento de novos modos de informação e de deliberação política ao mesmo tempo que o voto electrónico pode completar o quadro de uma harmonização da democracia com a sociedade da inteligência colectiva. A mundialização da economia e da comunicação suscita a emergência de uma sociedade civil planetária que se exprime num espaço público doravante sem território. A oposição à globalização, principal força política dissidente no novo espaço público, utiliza todos os recursos do ciberespaço e experimenta formas de organização política novas, flexíveis e descentralizadas que contribuem para a invenção da ciberdemocracia. De igual modo, a ciberdemocracia planetária nascente exprime-se pela via do consumo consciente e do investimento socialmente responsável, isto é, por uma governância directa da economia pelos cidadãos, que a transparência do ciberespaço já torna possível. Um governo mundial é solicitado e justificado pela crescente interdependência das populações humanas no nosso planeta e pela urgente necessidade de paz. A Lei e a Justiça não podem continuar fragmentadas e divididas quando a economia, a técnica, a ciência e a biosfera revelam todos os dias um pouco a sua unidade fundamental. Uma nova forma de Estado, que corresponde às novas condições da governância (mundialização, liberalização, informatização), emerge progressivamente. Articulado aos níveis global, continental, nacional e regional (ou metropolitano), o Estado transparente garante a diversidade cultural e visa a animação da inteligência colectiva da sociedade a todas as escalas.

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