«Quando e como um ser é dito Pessoa Humana?». É na base deste questionamento que se edifica o horizonte que percorre o presente livro, o qual evidencia, de forma simples e acessível (porque escrito a pensar no leitor comum), os desafios éticos resultantes do progresso da tecnociência. O alucinante desenvolvimento das ciências da reprodução exige uma reflexão que não se limite a uma mera descrição das potencialidades das «engenharias do vivo», mas que, mediante uma denúncia dos extremos do biologismo, procure uma compreensão integrada do humano no Cosmos. Do Big Bang à Pessoa Humana é essa tentativa de compreensão global que equaciona as questões morais da manipulação da vida numa perspectiva evolucionista da matéria, procurando na génese universal o sentido da vida humana. Como refere Maria Manuel Araújo Jorge, docente da disciplina de Epistemologia Geral do curso de filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, «a afirmação do valor moral único do Homem, muito para lá da genética, a abertura, simultaneamente, a algo de misterioso e indizível, associado ao próprio facto da vida humana, são horizontes para que Do Big Bang à Pessoa Humana nos transportam, fazendo desta obra um referencial a ter em conta para uma filosofia da técnica».