O presente estudo - que constitui a dissertação de doutoramento em Filosofia, na Faculdade de Letras do Porto, do seu autor, entretanto prematuramente falecido - tem como principal objectivo verificar até que ponto as matrizes teóricas e genéticas da lógica aristotélica podem ser melhor entendidas tendo em consideração a pluridimensionalidade da estrutura e da diversidade do domínio conceptual dessa lógica e a unidade do "estatuto teórico" do Organon, enquanto instância de articulação entre o logos e a legalidade racional imanente ao cosmos. Para levar a cabo esta investigação, parte o autor do exame da problemática do Logos, do Mito e do processo de "racionalização", no pensamento grego anterior ao sec. IV a .C., passando, em seguida, a procurar determinar os contributos platónicos para a determinação do estatuto do objecto do "conhecimento epistémico", para o enriquecimento do conjunto de problemas e pesquisas de natureza ou alcance lógicos e, mais directamente, para o aprofundamento da tematização do Logos e da Racionalidade e respectivas articulações. Com base nos resultados assim alcançados, procura, depois, dilucidar as matrizes genéticas e introdoutrinais do pensamento aristotélico, visando uma melhor compreensão da sua concepção da lógica como organon do saber e do discurso, designadamente epistémico, numa estreita articulação com o estatuto teorético da sua "Física" e com a sua concepção imanentista da "Legadidade Racional Objectiva", vindo a contribuir, deste modo, para a efectiva formulação de um novo tipo de resposta à exigência de "inteligibilidade lógica da Physis".