A especialização nasceu no século XIX com a aceleração galopante dos conhecimentos e a sofisticação das tecnologias. Tornou-se depois hiperespecialização. As fronteiras do saber se tornaram-se rígidas. Exigiram o fechamento. Mas hoje torna-se imprescindível abrirmo-nos para compreender e saber mais. As disciplinas compartimentadas se convertem em micro-saberes e fontes de micropoderes, autoritarismo e dogmatismo. Disciplinas novas nascem constantemente, oriundas de novos conceitos ou de fusões (Astrofísica, Biologia molecular, Bioética, etc.). Numerosas descobertas surgem em suas fronteiras. Novos conceitos aparecem fora das "capelas". Cada vez mais as demandas da sociedade à ciência exigem questionamentos e abordagens transdisciplinares solicitando respostas encontradas por uma concentração de disciplinas. Neste contexto, não só o Interdisciplinar surge como uma exigência, a complexidade como cientificamente freqüentável e o transdisciplinar como abordagem legítima, mas precisamos tomar consciência das Razões da Filosofia: se temos que nos especializar para aprender, devemos nos abrir para compreender. Diante da crise de nosso saber e da sociedade, aquilo de que mais precisamos não é de slogans, mas de outra inteligibilidade: de uma inteligibilidade indo do Mesmo ao Outro sem suprimir a diferença. O Projeto da Filosofia não deve ser mais o de nos tornar mestres e possuidores da Natureza, mas o de nos abrir a todas as luzes. Desejamos sempre mais luz a fim de conferir um sentido a tudo e ao todo da condição humana.