Aprofundar a Crise

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O carácter intrinsecamente interdisciplinar da "crise" começa logo na sua etimologia. Crise remete para crítica. E o verbo grego krinein significa julgar e, nesse sentido, decidir, julgar, cortar, separar, cindir, estabelecer diferenças. Mas a cisão só...

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Descrição

O carácter intrinsecamente interdisciplinar da "crise" começa logo na sua etimologia. Crise remete para crítica. E o verbo grego krinein significa julgar e, nesse sentido, decidir, julgar, cortar, separar, cindir, estabelecer diferenças. Mas a cisão só ocorre, a diferença só se estabelece, entre aquilo que tem relação. A relação que a cisão crítica exige aponta, então, para o contacto entre análises diferenciadas, por cujo cruzamento se possa desenvolver uma compreensão mais original - mais originária e, neste sentido, mais crítica - dos temas tratados. Mas há também um sentido mais óbvio onde a interdisciplinaridade do tema da crise pode ser surpreendida. Tal sentido deriva do próprio conteúdo imediato do fenómeno para o qual este tema aponta. Por um lado, em certo sentido, poderíamos dizer que a vida fática do homem no mundo é perpassada pela crise. Uma vida humana não se reduz ao simples facto de se viver; existir humanamente significa já habitar uma "crise", ser perturbado pelo enigma da existência. Por outro lado, numa outra aceção, o nosso tempo, a "era comunicacional" e a "era da informação", é também, mais do que nunca, especificamente um tempo de crises: crise social, crise de valores, crise educacional, crise política, crise económica, crise financeira. Os contributos que as ciências da comunicação e as ciências da informação podem dar para a compreensão profunda destas crises são aqui decisivos, sobretudo quando em diálogo com perspetivas filosóficas de abordagem destes fenómenos. Colhendo esta multiplicidade de sentidos que o tema da crise nos disponibiliza, o presente livro pretende dar lugar precisamente a uma variedade de abordagens que seja o eco desta multiplicidade de sentidos. É com este propósito que se tem em vista aprofundar a crise. Este aprofundamento é, aliás, essencial para o debate fundado não apenas dos problemas, mas também das soluções. Talvez este aprofundamento da crise se possa colocar sob o mote de um verso do poeta Hölderlin, muitas vezes citado por autores filosóficos: "Só onde está o perigo é que também cresce o que salva".

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