Carta sobre a Tolerância
Os méritos políticos de John Locke são notáveis pois foi ele, ao mesmo tempo, o grande teórico da democracia, o pregador da tolerância e um profeta da separação entre Estado e Igreja. Locke defende nesta carta que as ações dos cidadãos, principalmente...
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Os méritos políticos de John Locke são notáveis pois foi ele, ao mesmo tempo, o grande teórico da democracia, o pregador da tolerância e um profeta da separação entre Estado e Igreja. Locke defende nesta carta que as ações dos cidadãos, principalmente as religiosas, devem ser defendidas pelo Estado, desde que essas ações não contrariem a função principal do Estado - defender a vida, a liberdade e a propriedade. A reivindicação por tolerância baseia-se, no direito natural à liberdade, o que tem como pressuposto a separação entre Estado e Igreja. Em 1686, este conceito filosófico de tolerância, assume um corpo bem sólido, na tentativa de resolver um conflito geral sobre: diferenças sociais, culturais, civilizacionais, étnicas ou religiosas, enfim entre os limites das identidades e fronteiras individuais ou colectivas. Foram estas suas ideias que conduziram o Parlamento de Londres a aprovar o Acto da Tolerância, de 1689, autorizando a liberdade de culto aos não-conformistas, mesmo que com uma série de reparos ou objecções, ainda assim esse conceito de tolerância abriu o caminho para a «maravilha política» do século XVIII, que foi a instauração do Estado Secular e o direito à Liberdade Religiosa, primeiro nos Estados Unidos da América, pela constituição de 1787, e logo de seguida em França através da Constituição de 1791. Três séculos depois, a questão essencial da tolerância continua «estranhamente» bem viva, permitindo-nos a pergunta básica: como conviver com a diferença, neste mundo cada vez mais marcado por conflitos de vária ordem? A resposta reflexiva é-nos dada pelo ilustre John Locke: «Liberdade absoluta, liberdade justa e verdadeira, liberdade equitativa e imparcial é aquilo de que estamos necessitados. Todavia, apesar de sobre isto muito se ter falado, duvido que tal tenha sido bem compreendido; tenho a certeza que não é de forma alguma praticado, quer pelos nossos governantes em relação ao povo em geral, quer por qualquer das partes do povo em conflito umas com as outras.»
Detalhes
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Autor:
John Locke -
Editora:
Padrões Culturais -
ISBN:
9789897090646
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Edição:
06-2014
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Páginas:
112
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Idioma:
Português