Este trabalho tem por objectivo analisar o processo que deu origem à emergência do transporte aéreo civil, em Portugal, e os agentes que estiveram implicados na sua construção e desenvolvimento temporalmente tardio face ao que se passava noutros países, especialmente nos que detinham territórios coloniais. A matéria tratada insere-se numa problemática sociológica que resulta das relações estreitas entre a aviação civil, o Estado e a companhia aérea, e na explicação da lógica da articulação do poder, face aos interesses e ao prestígio que se estabeleceram para a génese, transformação e autonomia da aviação de transporte civil em Portugal. Em síntese, este trabalho pretende explicar não só a construção do "transporte aéreo nacional" como também a importância que o poder político e os agentes do campo político tiveram na emergência das novas racionalidades e das estratégias para tornar possível a construção do campo da aviação, particularmente a aviação de transporte de passageiros na rota do Império, com a criação e desenvolvimento do campo dos TAP - Transportes Aéreos Portugueses. Todo o trabalho foi enquadrado na sociologia: em primeiro lugar, pela actualização indispensável decorrente do serviço de docência; em segundo, pela necessidade de continuar a investigação para a realização do Doutoramento em sociologia, com a aviação civil de transporte aéreo.