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Otelo Saraiva de Carvalho A partir de determinada fase da sua vida, Otelo Saraiva de Carvalho tinha a convicção de que só no interior do Exército teria a possibilidade de contribuir para uma alteração profunda da situação que se vivia em Portugal. Depois...

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Descrição

Otelo Saraiva de Carvalho A partir de determinada fase da sua vida, Otelo Saraiva de Carvalho tinha a convicção de que só no interior do Exército teria a possibilidade de contribuir para uma alteração profunda da situação que se vivia em Portugal. Depois de calcorrear vezes sem conta os matos angolanos, regressou à Metrópole, estando perto do movimento que tomava forma em Lisboa. O problema colonial estava agora no centro das atenções e o golpe de Estado era uma solução mais consensual. A Otelo foi atribuída a responsabilidade operacional do movimento. Depois da meia-noite de 25 de Abril de 1974 passava a segunda senha, Grândola Vila Morena, aprovada pelo major. Nesse dia iniciou-se uma longa caminhada ao encontro da democracia. Os próximos tempos seriam de intranquilidade, para o país e para e ele. A unidade do MFA tinha caído por terra e, a 25 de Novembro de 1975, os radicais (o Grupo Gonçalvista e o de Otelo) preparavam um novo golpe de estado. Ao falhar, o major foi afastado do poder e do exército. As suas duas candidaturas à Presidência da República também falhariam. Em 2002 foi absolvido da acusação do seu envolvimento com as FP-25 em actos de violência e práticas terroristas, num processo que se arrastava desde 1985. Marcelo Caetano Marcelo Caetano foi a consciência crítica do regime que ajudou a fundar. Foi-o desde o inicio, usando por vezes de alguma irreverência contra Salazar e o seu Governo. Por essa razão ganhou fama de liberal e tornou-se fonte de esperança para muitos; contudo, na hora de tomar conta do poder, acabou por decepcionar os seus apoiantes, não ousando dar os passos inequívocos que esperavam dele. Quando nasceu, em 1906, na cidade de Lisboa, o país vivia os derradeiros anos da Monarquia Constitucional, afundando-se o velho regime em irremediável crise. A República estava a chegar. Seria entre os adeptos do Integralismo Lusitano que o jovem Marcelo Caetano iria descobrir o seu caminho político e pela mão de Teotónio Pereira aproximou-se do Ministério das Finanças. Na pasta da Presidência, Marcelo Caetano será o mais vigiado e controlado dos ministros. A sua acção política seria conturbada até que apresentou a demissão de todos os cargos, incluindo o de membro do Conselho de Estado, voltando à sua Faculdade de Direito. Regressou ao Governo, chamado pelo presidente Américo Tomás, para a difícil missão de receber o legado de Salazar. Francisco da Costa Gomes Francisco da Costa Gomes nunca teve dúvidas de que era melhor estratego militar e matemático do que político. Mesmo assim, o último marechal português decidiu ser político na altura em que o país vivia um momento crucial da sua História, o pós-25 de Abril. Já depois do fracasso do golpe militar de 1961 (no qual esteve envolvido), que tinha como objectivo derrubar o Estado Novo., foi destacado para missões militares em Moçambique e em Angola. Em ambas conseguiu reduzir a actividade grandes triunfos que fizeram dele "o melhor comandante de teatro de operações" que Portugal teve na guerra colonial. E foi esta extraordinária actuação que lhe mereceu a nomeação para o mais alto cargo da hierarquia militar portuguesa: a chefia do Estado-Maior General das Forças Armadas. Enquanto presidente da Republica as suas principais preocupações foram assegurar o cumprimento da Programa do MFA, a descolonização, a participação de Portugal na NATO e o desenvolvimento da política externa portuguesa. Não se recandidatou à Presidência nas primeiras eleições presidenciais de 1976, que conduziram o general Ramalho Eanes ao poder, tendo-se afastado por completo da vida política. Manuel Gonçalves Cerejeira Manuel Gonçalves Cerejeira chegou a bispo no mesmo ano em que António de Oliveira Salazar aceitou ser ministro das Finanças. Havia muito tempo que os dois amigos caminhavam juntos e seria em paralelo que imporiam a sua vontade a Portugal. Cerejeira no seio da Igreja Católica, Salazar no Estado. É verdade que Cerejeira sempre foi mais alegre, simpático, sentimental e extrovertido do que Salazar, mas isso nunca constituiu um obstáculo à amizade entre os dois, que se revelou sempre mais forte do que qualquer disputa. Cerejeira não tinha dúvidas que a sua vocação era para o sacerdócio. E a 18 de Novembro de 1920 0 o Papa fê-lo patriarca de Lisboa e no consistório seguinte foi elevado ao cardinalato. Não obstante os seus esforços para demonstrar a independência da Igreja em relação ao Governo, o patriarca foi acusado de não defender os interesses dos católicos. Momentos houve em que ele foi cúmplice da ditadura e adoptou um discurso nacionalista e colonialista. Mas também os houve em que procurou não imiscuir-se nos assuntos políticos. Estas ambiguidades mereceram-lhe duras críticas. Com o começo da Guerra Colonial aumentou a instabilidade entre os católicos. O cardeal remeteu-se ao silêncio. Mário Soares É, indiscutivelmente, uma das figuras mais marcantes, não só da história contemporânea portuguesa como própria Europa. Mário Soares foi, e é ainda, um autêntico animal político. Fundou e liderou um partido (o PS), foi deputado, ministro, primeiro-ministro, presidente da República e euro-deputado. Com uma infância e adolescência cercadas por fortes convicções políticas, Mário Soares estava destinado ao percurso que veio a fazer. O pai constituiu, até ao fim da vida, "uma grande referência moral" e um exemplo. No ano de 1944, Mário Soares teve o primeiro contacto com a repressão salazarista, resultando daí a sua primeira detenção. Prisões, o casamento e o nascimento do primeiro filho fizeram da década de 50 um tempo de muitas mudanças, que também passaram pela saída do Partido Comunista. Continuando na mira da PIDE, em 1964, fundou com Manuel Tito de Morais e Francisco Ramos da Costa, a Acção Socialista Portuguesa. Ganhou maior visibilidade em Portugal e no estrangeiro, mas os seus ideais bem vincados remeteram-no ao exílio. De regresso ao país no pós-25 de Abril, lutou por um Portugal democrático e pluralista, tornando-se peça fundamental do Partido Socialista e do país.

Detalhes

  • ISBN:

    5600818931173

  • Edição:

    09-2016

  • Páginas:

    128

  • Idioma:

    Português

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