D. Afonso de Bragança, duque do Porto (1865-1920), foi o último príncipe herdeiro da Monarquia portuguesa. Dele pouco se conhece, exceto a sua paixão pelos automóveis e pela velocidade, que o popularizou como "o arreda". Militar de carreira, apaixonado pelo desporto, homem mundano e bon-vivant, estava destinado ao segundo filho do rei D. Luís e D. Maria Pia um papel acessório de reserva hereditária. Com o assassinato em 1908 do irmão, o rei D. Carlos, e do sobrinho, o príncipe real D. Luís Filipe, e a subida ao trono do sobrinho mais jovem, o rei D. Manuel II, solteiro e sem filhos, o duque do Porto passou inesperadamente a herdeiro presuntivo, protagonista dos acontecimentos no final da Monarquia. Após a instauração da República, partiu para o exílio em Itália, e perto do final da sua vida, num volte-face dramático, casou de modo morganático com uma americana viúva, duas vezes divorciada, sendo em consequência ostracizado pela família real. A partir da análise de fontes históricas de diversa natureza, com destaque para correspondência inédita, neste livro biográfico traçam-se as principais faces do perfil de D. Afonso, tanto ao nível da vida oficial como pessoal, bem como os mais relevantes acontecimentos em que esteve envolvido.