«Ao falarmos de saudade, exprimimos um certo tipo de solidão: saudade do amado que está longe ou que já faleceu - marido, mulher, filho, amigo, da juventude, da saúde que já lá vai […] Saudade corporiza psicologicamente a falta de um bem.» É a partir daqui que o Pe. Carreira das Neves nos convida a fazer uma viagem a respeito da imagem do Deus Criador - um Deus misterioso, invisível, criado à «imagem e semelhança» do ser humano, porque cada homem e cada mulher é uma partícula de Deus, quer na física quântica, quer na teologia monoteísta. Todavia, a ciência não resolve por si só a ansiedade do mundo atual, daí que ao longo dos sucessivos milhões de anos da criação do nosso planeta, surgiram o homem e a mulher a questionarem sobre a razão da sua existência, da sua vida e da sua morte, e à face desta demanda pelo transcendental nasceram as várias espiritualidades enraizadas no espírito criativo da natureza e do universo. Afinal, como escreveu Santo Agostinho, o nosso coração é um eterno buscador de Deus, uma fonte que nunca seca a jorrar água do Deus vivo.