O Carteiro é uma verdadeira peregrinação. É uma analogia de vidas e de sentimentos vividos e efetivamente sentidos. Em cada um dos capítulos, da bola de trapos às romarias, da matança às desesperanças, há um caminhar. Um profundo caminhar, dando-nos nota, com sentimento, que existem armadilhas no caminho de cada peregrino. (…) O Carteiro é cortesia e nostalgia, proximidade e generosidade, fidelidade e felicidade, hospitalidade e humanidade. Neste O Carteiro, o autor escreve com a alma na ponta dos dedos e cria, ao longo da sua história, factos e instantes, descrições e momentos em que se sente amor e revolta, ternura e também maledicência, sorrisos e lágrimas, prazer e dor. Mas o que há, afinal, e é uma essência que se regista e enaltece, é honestidade na escrita, já que ela expressa situações vividas e sentidas por antepassados concretos. Fernando Seara in Prefácio